A Cantiga do UrsoTexto e ilustração Benjamin Chaud
Tradução Maria Afonso
Edição Orfeu Negro
32 págs., 14,90 euros
Tradução Maria Afonso
Edição Orfeu Negro
32 págs., 14,90 euros
Estava a chegar o momento de hibernação dos ursos, mas o
Pequeno Urso não estava muito interessado em dormir. Correu atrás de uma abelha
porque sabia muito bem que ela haveria de o levar até ao mel. E deixou
bastante aflito o Papá Urso. Depois de acordar em sobressalto com o vazio (e o
frio) deixado pela ausência do filho, pôs-se a caminho, a procurá-lo.
Atravessou a floresta, nada; entrou na cidade, nada. Até que lhe vislumbrou a
cauda e o seguiu, indo parar a um lugar muito chique. Tudo ali brilhava. Era a
Ópera de Paris. “Todo aperaltado, atravessa sem dar nas vistas o grande salão.”
Pelo título se adivinha que o urso há-de cantar, mas apenas agradará a um doce
(e guloso) espectador. Ambos acabarão por descobrir o mel. Mesmo que o leitor
não se sinta atraído pelas palavras do francês
Benjamin Chaud, ficará certamente agarrado às suas imagens. Os
pormenores, a luz, os animais, a surpresa da passagem da floresta para o meio
urbano, os lustres, os rostos e trajes das personagens figurantes, o humor, o
jogo de esconde-esconde a que obriga para se localizar o Pequeno Urso, tudo isso
dá vontade de observar uma e outra vez cada uma das páginas. E sempre se
descobrirá algo de novo. Entretanto, de barriguinha cheia, pai e filho
hão-de aconchegar-se e adormecer. Até que o calor volte.
(Texto divulgado na página Crianças do
Público de 15 de Setembro, 2012)
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